Excesso de carboidratos, sobretudo os refinados e açúcares adicionados, eleva glicemia e insulina, aumenta triglicerídeos, favorece acúmulo de gordura no fígado e amplia o risco de cáries e ganho de peso.
Comer carboidratos além da conta muda a bioquímica do corpo em poucos minutos. A digestão converte esses alimentos em glicose, que entra na corrente sanguínea e exige maior liberação de insulina para levar o açúcar para as células. Quando esse ciclo se repete com porções grandes e frequentes, surgem picos de glicemia seguidos de quedas de energia, além da tendência de armazenar o excedente em forma de gordura. A literatura de saúde pública recomenda atenção redobrada com fontes de rápida absorção, como farinhas brancas e bebidas açucaradas, por provocarem elevações mais bruscas da glicose.
O primeiro destino do excesso é o estoque de glicogênio no fígado e nos músculos. Quando esses reservatórios estão cheios, o fígado transforma o excedente em ácidos graxos por um processo chamado lipogênese de novo, o que eleva triglicerídeos no sangue e contribui para o acúmulo de gordura hepática. A associação entre alto consumo de carboidratos, especialmente açúcares livres e frutose em excesso, e aumento de lipogênese hepática aparece de forma consistente em revisões sobre doença hepática gordurosa não alcoólica.
Picos frequentes de glicose e insulina se conectam a um quadro metabólico menos favorável. Fontes acadêmicas de referência descrevem que padrões alimentares ricos em carboidratos refinados elevam triglicerídeos e pioram o controle glicêmico, um terreno fértil para ganho de peso e maior risco futuro de diabetes tipo 2 quando combinados a sedentarismo e excesso calórico. A recomendação prática é reduzir produtos ultraprocessados e priorizar grãos integrais, legumes, verduras, frutas in natura e proteínas magras, que modulam melhor a curva glicêmica.
A saúde bucal sente o impacto de imediato. Organismos internacionais apontam o consumo de açúcares livres como fator relevante para cáries, já que as bactérias orais fermentam o açúcar e produzem ácidos que desmineralizam o esmalte. Reduzir a fração de açúcares livres na dieta, associada a higiene adequada, é uma medida eficaz para prevenção.
Há parâmetros objetivos para orientar o limite diário de açúcar adicionado. A Organização Mundial da Saúde recomenda que açúcares livres fiquem abaixo de 10 por cento das calorias, com meta preferencial abaixo de 5 por cento para benefícios extras. A American Heart Association sugere teto ainda mais restritivo, algo em torno de 6 colheres de chá por dia para a maioria das mulheres e 9 colheres para a maioria dos homens, valores que ajudam a conter ganho de peso, hipertrigliceridemia e sobrecarga metabólica.