Com jogos chegando a R$ 500, comunidade gamer pede que a Nintendo adapte preços para a realidade do Brasil, para evitar pirataria e fortalecer mercado oficial.
Um clamor coletivo está sendo feito por jogadores do país: que a Nintendo reduza o preço dos jogos no Brasil para valores mais condizentes com nossa economia. A iniciativa ganhou força quando o youtuber Rodrigo Coelho, do canal Coelho no Japão, tornou pública uma carta aberta endereçada à empresa. Nele, o argumenta de que muitos títulos lançados no país, sobretudo conversões ou pacotes exclusivos, têm preços que ultrapassam R$ 500, um valor que para parte significativa da comunidade torna a compra inviável.
Coelho sugere que a Nintendo adote uma política de preços regionalizados. A proposta é de que os custos de jogos considerem fatores como poder aquisitivo local, tributação, câmbio e perfil de consumo. Ele propõe faixas de valores entre R$ 180 e R$ 320 para lançamentos, segundo o preço original em dólar, como uma alternativa mais justa para quem gosta da marca.
O estopim para o ativismo foi o anúncio do pacote Donkey Kong Bananza para o Switch 2, que inclui conteúdo extra como “Ilha DK” e “Caça às Esmeraldas”. O conjunto chegou a ser precificado em R$ 559,80 no Brasil, algo que gerou forte repercussão entre fãs online. Até o modelo básico do pacote também chamou atenção por estar acima de R$ 400.
Do lado da Nintendo, a empresa afirma que o preço dos jogos no Brasil sofre impacto direto de custos de produção, taxas de importação e variações cambiais. Ela destaca também que títulos exclusivos demandam investimentos altos — nem sempre refletidos em gráficos visuais, mas em desenvolvimento, localização e suporte. O posicionamento oficial reconhece a importância do carinho do público brasileiro, mas aponta que manter qualidade, suporte e inovação também exige margens que, muitas vezes, são afetadas por tragédia econômica (impostos, importação).