Entre promessas de leveza e dúvidas sobre seus reais benefícios, as versões “zero” continuam dividindo opiniões
Nos últimos anos, as prateleiras dos supermercados foram tomadas por rótulos que prometem um consumo mais leve: refrigerantes, sucos e energéticos “zero açúcar”, “light” ou “diet”. Para muitos consumidores, a escolha parece óbvia, afinal, sem açúcar, logo é mais saudável. Mas a verdade está longe de ser tão simples. A ausência do açúcar não significa necessariamente a ausência de impactos no corpo, e entender como essas bebidas funcionam é essencial para fazer escolhas mais conscientes.
As versões sem açúcar foram criadas para oferecer sabor com menos calorias, substituindo o açúcar tradicional por adoçantes artificiais ou naturais. O problema é que nem sempre essa substituição é neutra. Muitos desses adoçantes são centenas de vezes mais doces do que o açúcar comum, o que pode modificar a forma como o paladar reage ao doce. O resultado é uma possível confusão sensorial: o corpo percebe o sabor açucarado, mas não recebe a energia esperada, o que pode levar ao aumento da vontade de consumir mais.
Além disso, o consumo excessivo dessas bebidas pode gerar uma sensação enganosa de equilíbrio. Ao optar por uma versão “zero”, muitas pessoas acreditam estar compensando calorias, mas acabam exagerando em outros alimentos ou quantidades. Essa autocompensação é comum e, no fim, pode anular o benefício calórico inicial.
Por outro lado, é inegável que as bebidas sem açúcar representam uma alternativa útil para quem busca reduzir o consumo de açúcares refinados, controlar o peso ou lidar com restrições alimentares, como diabetes. Quando usadas de forma moderada e aliadas a uma alimentação equilibrada, elas podem sim ser aliadas na rotina. O segredo está na consciência: entender o que se está consumindo, em que quantidade e com qual propósito.
