Brasil ocupa 6º lugar no ranking mundial de casos de diabetes, com 16,6 milhões de pessoas afetadas

A Dra. Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, ressalta que sobrepeso e obesidade estão entre os principais fatores que desencadeiam o diabetes tipo 2. Ela aborda os tratamentos disponíveis na medicina e prevenção. 


A edição de 2025 do atlas global da diabetes, publicada pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) nesta segunda-feira (7), revela um cenário preocupante: 589 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos convivem com a doença no mundo. O Brasil ocupa a sexta posição no ranking mundial, com 16,6 milhões de casos, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos, Paquistão e Indonésia.


Os números nacionais representam um aumento de 5,7% em relação ao atlas de 2021, que registrava pouco mais de 15 milhões de casos no país. A Dra. Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, confirma o aumento expressivo de casos, muitas vezes de forma silenciosa, especialmente entre mulheres. "Na clínica, atendemos muito mais mulheres, de diferentes faixas etárias. A doença é causada pela baixa produção ou má ação da insulina, hormônio responsável por regular a glicose no sangue e garantir a energia para o organismo", explica.


A especialista alerta que a estimativa é que até 2045 a patologia afete 23,2 milhões de brasileiros adultos. Sobrepeso e obesidade são os principais fatores que podem levar ao diabetes tipo 2, o tipo mais comum e que pode apresentar complicações graves, como doenças cardiovasculares, cérebro vasculares, hipertensão, insuficiência renal, perda de visão e até a amputação de membros.

 

Diagnóstico precoce e avanços no tratamento são cruciais

Diante desse cenário, a Dra. Elaine ressalta a importância do diagnóstico precoce e aponta os avanços da medicina para o tratamento em suas diferentes fases. Ela explica que existem diferentes tipos de diabetes:

Diabetes tipo 1: produção de insulina insuficiente pelo pâncreas.

Diabetes tipo 2: resistência à insulina e/ou produção insuficiente no organismo (o tipo mais comum no Brasil).

Pré-diabetes: nível de glicose no sangue mais alto que o esperado, mas ainda não o suficiente para o diagnóstico de diabetes.

Diabetes gestacional: aumento da glicose em níveis anormais durante a gestação.


Apesar de muitos pacientes serem assintomáticos, a especialista aponta alguns indicativos que levam à investigação, como sede e fome excessivos, vontade frequente de urinar, perda de peso sem motivo aparente, fraqueza, visão embaçada e feridas que demoram a cicatrizar. "Por isso, é extremamente importante realizar os exames laboratoriais que sinalizam para o diagnóstico e as consultas periódicas com um especialista. Assim, será possível fazer o cruzamento de sinais e sintomas com as taxas apontadas pelos exames. E cada vez mais é necessário esse cuidado a partir da infância, visando a prevenção, com orientações alimentares adequadas, prática de atividades físicas e introdução medicamentosa, se for necessário", completa a Dra. Elaine.

 

Opções de tratamento e tecnologias auxiliam no controle da diabetes

Sobre os tratamentos, a Dra. Elaine explica que há diversas opções, tanto orais quanto através de aplicações de insulina. "Hoje, temos insulinas de longa duração, medicamentos orais que melhoram os níveis glicêmicos, a função renal e a insuficiência cardíaca, como os inibidores de SGLT2 (Jardiance, Forxiga e Xigduo). Também temos medicamentos subcutâneos que se aplicam uma vez por semana e, além de melhorarem os níveis glicêmicos, também ajudam no processo de emagrecimento e diminuem eventos cardíacos, como os análogos de GLP1 (Saxenda, Ozempic e WeGovy) e agonistas de GLP1 e GIP (Monjauro), que são hormônios intestinais", complementa.


A especialista destaca ainda tecnologias capazes de monitorar o nível glicêmico em tempo real, sem a necessidade de coletar sangue através de aparelhos que furam o dedo. "O aplicativo FreeStyle Libre permite que o paciente acompanhe pelo celular a dosagem de açúcar e compartilhe facilmente com o médico. Ou seja, há muitos artifícios que auxiliam o dia a dia dos pacientes com a patologia, mas é fundamental prevenir, ter cuidados com a alimentação e manter a consulta regularmente", conclui a Dra. Elaine.


Sobre a Dra. Elaine Dias JK

A Dra. Elaine é PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, também é membro ativo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, onde foi professora no curso de USG de Tireoide. Em sua clínica-boutique na Oscar Freire, atua com uma equipe de profissionais multidisciplinares em um espaço acolhedor e humanizado, com tecnologias de última geração. É uma das poucas no Brasil a realizar o exame de epigenética, que permite a personalização do tratamento com a orientação de dieta e atividade física ideal para cada paciente, apontando os melhores caminhos para resultados mais efetivos.

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